Como vocês já sabem, casei em dezembro, foi um evento mágico e
inesquecível. Mas hoje vou contar como foi o embarque para a lua de mel, que na
verdade começou sendo lua de limão, mas borá lá mudar o curso dessa história.
Fizemos a nossa lista de noivos na CVC empresa de turismo, com o dinheiro ganho
iriamos ir para Salvador na Bahia.
Em janeiro mesmo, já escolhemos o pacote, com hotel, translado e
passagens aéreas, tudo com a CVC, deixamos tudo pago e começamos o sonho de
conhecer o nordeste. Cada avião que escutávamos sobrevoando nossa casa,
dizíamos: Logo será o nosso! Olhamos os pontos turísticos e planejamos onde
iriamos e o que faríamos. Uns dias antes fiz uma sobremesa chamada de ambrosia
para levar para a minha maninha do coração, a Cris, que mora lá em Salvador, eu
também tinha separado as chimias, outro doce típico do Sul que a minha outra
mana, a Liane, que mora aqui em Travesseiro deu para levar para nossa
baianinha. Seria um encontro emocionante, somos uma família virtual se tornando
aos poucos real, unidas por uma doença, mas consagradas pelo amor!
Ansiedade a mil por hora e a contagem regressiva atualizada com
sucesso... Nossa viagem dos sonhos estava a cada dia mais próxima. Estava marcada para
sábado de madrugada, já estávamos com o voucher do hotel e translado em mãos, o
San foi quinta feira (isso mesmo, quase véspera da lua de mel) para pegar
nossas passagens. Quando fui surpreendida pela fatídica ligação dele me dizendo
que a empresa de companhia aérea que iriamos voar tinha falido, isso mesmo... quebrou
e nós estávamos sem voo. Meu Deus, e agora? Veio-me mil lagrimas no rosto,
senti meu sonho derretendo como sorvete no sol. A solução que nos deram era ir
por outra companhia, que iria nos custar a humilde bagatela de quase 3 mil
reais, inviável, né? Afinal o nosso pacote não chegou a custar 3 mil, o pacote
todo com hospedagem, passagens, tudo mais. Outra hipótese era escolher outro
destino, menos de dois dias da viagem, com certa tristeza e decepção olhei o
destino de Vitória, no Espirito Santo, a diferença que teríamos que pagar seria
de 400,00, mais fácil claro, mas ai fui olhar os horários de voo, na ida
teríamos que ficar quase quatro horas dentro do aeroporto esperando a baldeação
com o outro voo, e na volta mais de seis horas esperando em São Paulo esperando
a conexão com o voo que viria para Porto Alegre... O pacote era de 5 dias e
ficaríamos quase um dia dentro do aeroporto?? Nãooooo!
A CVC tenta se eximir da culpa, alegando que foi a Avianca que cancelou,
mas cá entre nós uma viagem a passeio sempre é um sonho, mas uma lua de mel é O
SONHO. O San tinha solicitado suas férias, já não teria mais como voltar atrás,
e férias novamente, na teoria só daqui um ano. Reembolso do nosso investimento
a CVC disse que só fará em 60 dias, maravilha, né? Se for a gente que cancela,
eles cobram multa e o escambal... Nós vamos receber só em 60 dias e sem nenhuma
compensação. Como assinamos o contrato com a CVC, lógico que eles são
responsáveis sim!
Minha mente é inquieta, e não seria algo assim que deixaria eu me abater,
meu cérebro trabalhando a todo vapor para achar uma saída, porque penso que só não
existe saída para a morte (mesmo assim, já passei a perna “nela” algumas
vezes). Chorei 5 minutos, sequei as lágrimas e liguei para meu marido, vamos
fazer o seguinte, vamos para o apartamento de praia da tua mãe e vamos
processar a CVC por danos morais, pois outras férias tu não vai poder tirar
agora. Resolvido, não vou estragar a minha lua de mel por causa deles... Afinal
se eu ficar só chorando e me lamentando igual não vai resolver e ainda por cima
não vamos curtir nada a nossas férias.
Sábado, dia da nossa viagem corremos na rodoviária para comprar as
passagens para segunda, não queria perder nem mais um dia. Passagens compradas,
fomos arrumar as malas e reprogramar nossa mente para a alteração de planos. Deram-me
um limão e eu não vou fazer uma limonada, simplesmente porque não quero, vou
fazer é uma caipirinha, porque o limão agora é meu e faço com ele o que eu
quiser rsrsrsrsrsrrsrsrs
Então chegou o dia da viagem, partimos para a rodoviária, de ônibus com
mala e cuia é claro! Delícia, férias programas para calor e sol, estava um dia
frio e chuvoso... Mas sem se lamentar, não tenho vocação para muro de
lamentações. Como estava chovendo, os degraus do ônibus estavam todos molhados
e embarrados, em vez de o San pedir para o motorista passar um paninho para eu
poder subir de bundinha como costumo fazer, o nego véio resolve me colocar na
garupa e me levar até o banco. Logicamente ali as pessoas já começaram a nos
olhar como se fossemos dois alienígenas de férias...
Beleza, o ônibus deu inicio a viagem, o que mais poderia dar errado, né?
A chuva engrossou, do nada o motorista parou no acostamento, o burburinho de o
que tinha ocorrido já começou na fofoca de corredor do ônibus... Foi um pneu
que furou, faltou gasolina, o motor superaqueceu... Não, foi o limpa
para-brisas do motorista que não estava funcionando o.0 O tumulto no veículo já estava implantado,
não sabíamos o que aconteceria a seguir, mas a esperança de todos é que a
viagem seguisse seu curso normal, ledo engano.. O caminho foi desviado até a
garagem mais próxima, em Osório, todos teriam que descer do ônibus e fazer uma
baldeação para outro veiculo, isso tudo abaixo de chuva que Deus manda... Logo
pensei, p#ta m&rda vou ter que descer de novo, e detalhe, esperar acharem a
minha cadeira no porta malas para eu poder sair. Logo pensei... bom já que
estou na “chuva”, vou aproveitar para ir ao banheiro, como vocês já sabem minha
bexiga é muito impaciente kkkk Desce todo mundo, é prioridade é só na lei, na
prática o cadeirante é o ultimo a descer e o ultimo a subir no ônibus. Já
anunciei para o ônibus todo que eu ia ao banheiro, que me esperassem... Mesmo
processo novamente, o San me pega na garupa e me coloca na cadeira de rodas,
aproveitei e sai que nem um relâmpago até o banheiro, chegando à porta,
adivinhe? Não tem banheiro adaptado, o San me pega no colo que nem princesa,
mas o encanto acaba quando ele deixa metade da minha bunda na lateral da
porta... Quem mandou ser cadeidura né?
O processo para voltar ao meu acento era o mesmo, colo, cadeira de rodas
e garupa do San, como a porta do ônibus e a escada eram estreitas e curva, eu
fui caindo, despencando como se fosse uma laranja podre, em vez de entrar em
desespero como uma pessoa normal, me deu uma crise de risos e o marido dizendo
para eu não o fazer rir, senão ele perde
as forças...ele me botou no acento todo errado e nós dois quase morrendo de
tanto rir, obviamente as pessoas nos olhavam com um misto de olhares de
surpresa, medo, admiração e claro que acabaram rindo de nós dois rindo,
escutava as pessoas dizendo: Eles nessa situação ainda se divertem...
Tudo certo, podemos prosseguir viagem? Até que uma senhora grita: Esta
faltando um passageiro, uns dos meninos mórmons que é americano, não voltou! Ai, senhor, eu não acredito!! Lá vai o
cobrador descer e procurar a criatura... 10 minutos depois, nada dele,
desapareceu... Eram 3 mórmons, mas só embarcaram no outro ônibus 2, para
completar eles não falavam nossa língua...o motorista resolveu que iria seguir
viagem assim mesmo, ninguém mandou ele sumir.
O ônibus começou a andar e meu digníssimo esposo pergunta: Sr. Cobrador,
tu pegou a nossa mochila grande que estava embaixo da cadeira de rodas?? Todo
mundo se apavorou... ah nãooooo, vamos ter que voltar?? O cobrador levou uns 15
segundos e respondeu sem muita certeza, sim peguei... Passou mais alguns
segundos e escutei o cobrador cochichar com o motorista alguma coisa, ele dá
sinal de pisca e torna a encostar o ônibus no acostamento, pronto o que foi
dessa vez? E São Pedro não dava trégua, chuva de balde, escuro, frio e vejo o
cobrador sair correndo pela estrada atravessando a rodovia a jato, alguns
segundos se passaram e vi-o voltando correndo com uma mochila... É que o bocó
esqueceu a mochila dele na troca dos ônibus, mas é um herói! O riso dentro do
veiculo foi contagiante... Aquela tragédia já tinha virado comédia a horas...
Agora vamos seguir viagem, mas fico aqui ainda pensando no coitado do
mórmon que foi cagar e ficou pra traz num país que ele não sabe nem a língua,
coitado, não sabe nem em que cidade ficou e as malas do coitado? Quando menos
eu esperava, vi três mulheres de pé no ônibus, cheia de sacolas, pareciam
comidas, roupas, material de higiene, achei estranho, pois era no meio do nada,
só tinha mato, até que as mulheres dizem para o motorista, vamos descer no
presidio... Gente, era dia de visita intima....kkkk não pude conter meus risos,
mas afinal de contas, mulher de bandido também é gente né? Eu não iria, daria
um jeito de achar outro marido, mas cada louco com sua mania... E agora tchau
para os meus amados leitores, tenho uma lua de “limão” para curtir, e garanto
que vou curtir muito e com muita caipirinha, já que limão não me faltou! ;-)
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