Brasileiros pulam carnaval, certo? Bom, para muitos sim, mas como eu não
sou todo mundo, resolvi comemorar o feriado indo fazer uma tatuagem nova, na
verdade duas, porque gosto muito de me riscar, acho tatuagens uma arte que
podemos carregar conosco para sempre.
Meu tatuador tem o estúdio em Esteio, então preciso pegar um ônibus, o
trem e mais um ônibus, para voltar de lá faço o mesmo processo, mas garanto
vale a pena. Vocês devem estar se perguntando se sou louca, devo ser mesmo,
porque fazer toda essa viagem de cadeira de rodas só para fazer uma tatuagem
realmente não é uma tarefa para perdedores.
Perguntei para meu esposo qual era a melhor estação para pegarmos o
trem, afinal sei que a maioria das estações não tem elevador para subir com a
cadeira de rodas. Ele prontamente me respondeu que no Mercado Publico é a mais
certa de o elevador estar funcionando, afinal é a última parada. Então, pegamos
um ônibus rumo ao centro, chegando lá fomos surpreendidos com a noticia que o
ÚNICO elevador estava estragado... Que ótimo, teria que subir de cadeira de
rodas pela escada rolante, que é algo realmente assustador, porque o funcionário
do trem tem que me segurar quase deitada na cadeira para conseguir chegar ao
topo da escada rolante. Mas ok, missão concluída com sucesso, mesmo pensando
que eu deveria ter cogitado a hipótese de ir de fralda, no intuito de não ser
surpreendida pelo meu ânus medroso...
Enfim, consegui chegar ao meu tatuador sem me cagar, ótimo, agora o
resto é fácil! Depois de umas duas horas uma das duas tatuagens já estava
pronta, resolvi ir ao banheiro para evitar qualquer acidente durante o segundo
desenho. Meu marido me pegou no colo e me colocou na privada, detalhe, o
banheiro dele é bem apertado e a porta é uma daquelas sanfonadas, logo só entro
se for levada no colo. Já estava sentada no WC, o que poderia dar errado?
Justamente, como diz a lei de Murphy, se pode dar algo errado, vai dar!
Como minha bexiga e meu intestino não são uma dupla de confiança, fui na
intenção de fazer um inocente xixi, quando fui surpreendida por um combo...
tentei me limpar rapidamente para ninguém desconfiar, afinal não me sinto a
vontade indo cagar num banheiro minúsculo e com uma porta que não fecha completamente,
sabendo que estavam me esperando na sala da frente. E não é que fui passar o
papel no brioco e um pedacinho de cocô ficou grudado no papel e voou da minha
mão e caiu direto no chão, perto da porta sanfonada. Bateu-me um desespero,
será que os meninos conseguem ver o cocô voador pela fresta da porta? Contorci-me
toda para tentar pegar o fujão sem que ninguém visse meu vexame. Ufa, agarrei o
bendito e depositei na privada, dando descarga bem ligeiro para evitar ser flagrada
no ato no mínimo constrangedor...
Sai do banheiro com cara de cachorrinho que caiu da mudança, mas acho
que nenhum dos dois percebeu, assim espero! Lá vamos nós para a segunda
tatuagem... Nossa, ficaram lindas, o guri é um artista de verdade! Ele embalou
as duas tattoos, pronto já posso fazer a peregrinação para retorno ao lar.
Lembram que eu contei que era feriado de carnaval? Então para completar
era domingo, imaginem ônibus nesse período..meu digníssimo amado esposo, teve a
“brilhante” ideia de descermos na estação aeroporto, em vez de ir até o mercado
publico, já que lá o elevador estava estragado, né? Realmente na estação
aeroporto o elevador estava ok, então o que tenho a temer? Então... na dita
parada de ônibus, só passa UM ônibus que vinha até a nossa casa, detalhe, é de
frente para uma estrada totalmente erma, sem gente, sem luz, e sem ônibus,
afinal era um domingo de carnaval... delicia!!
Para completar eu estava morrendo de frio, porque sai de bermuda e
regata por causa das tattoos, e nunca imaginei que estaria frio. Imaginem a
cena, eu com frio, morrendo de fome(afinal nem tinha almoçado, porque não daria
tempo), e louca para terminar de fazer cocô(que comecei por acidente lá no
tatuador). Depois de umas mil horas, passa um ônibus, lega não era adaptado...Ai
meu marido solta a pérola: Vamos pegar o trem ir até o mercado publico, afinal
lá no centro tem mais linhas de ônibus. Prontamente eu repondo: Que mané trem!!
Depois de eu estar aqui morrendo de tudo, não vou voltar para lá!
Passado mais uma hora eu acho, passa outro ônibus, meu esposo faz sinal
e vai perguntar para o motorista se passa onde queremos ir, legal ele não sabia
nem qual ônibus tinha que pegar. Enquanto o motorista explica que deixa um
pouco longe, pois vai pela Av Sertório, passa o ônibus certo, o que deveríamos ter
pego...e simplesmente não parou. Tivemos que pegar aquele que iria nos deixar
longe, para caminhar várias quadras no frio, escuro e eu com o c# literalmente
pegando fogo... É hoje que tem marido assado na janta! Rsrsrsrsrsrsrsrs
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