Com toda a curtição do casamento REALmente raro, acompanhado da tão
esperada lua de mel, acabei não contando as proezas do amigo secreto que
fizemos na véspera do casamento. Sim, amigo secreto com o grupo dos amigos
raros do whats, aquele que contei para vocês que se tornaram minha família.
Como o grupo é raro, o amigo secreto não poderia ser diferente, né?
Então, como fazer um amigo secreto totalmente virtual, com pessoas de todos os
cantos do Brasil? Fácil, um pouco de imaginação, diversão, uma leve pitada de
desorganização, uma avalanche de loucuras, tudo isso com a ajudinha de um site
virtual de sorteio de amigo secreto. É uma bagunça completa, mas já fazem 3
anos que organizamos e desorganizamos essa absoluta maluquice e no fim da tudo
certo, ou quase tudo pelo menos.
Então, como nos outros dois anos eu que administrava o sorteio e acabava
por puro passe de mágica, ou será destino, eu tirava sempre a minha mana Liane.
Por esse motivo, a mana achava que eu estava fraudando o sistema para sempre
tirar ela... aff! Mana, seja feita sua vontade, faça você o sorteio para ver
que é pura sorte minha, foi o que ocorreu, ela fez o sorteio e quem foi que eu
tirei?? Justamente ela, mas como houve um pequeno desentendimento que nos
forçou a refazer o sorteio, e eu fui agraciada em tirar meu mano Afonso,
marmeladaaaaa, será? Tanto faz, ameiiii!!
No mesmo dia que cada um descobriu que foi seu amigo sorteado, me
aproveitei da euforia de todos e entrei no site do sorteio e disparei
recadinhos anônimos para todos os participantes do grupo, era uma comédia,
mandava recadinhos quase todos os dias, me fazendo passar por outra pessoa, foi
uma esculhambação só. Tinha gente achando que tinha sido pega por mais de uma
pessoa, tinha gente “roubando” o amigo do outro, tinha gente pedindo 5 mil
presentes(euzinha), para dar várias opções para o amigo secreto, e o que mais
ocorreu foi as beldades não davam NENHUMA sugestão... assim tu dificulta o
amiguinho, né? Eu tenho trauma com amigo secreto, porque na maioria das vezes
ganhamos uma coisa nada haver conosco ou o pior que isso, não sabemos o que dar
para nosso amigo. Certa vez fizemos um amigo secreto na empresa de meu pai, com
um valor simbólico de limite para todos os funcionários terem condições de
participar, meu querido pai, fez uma lista “lunática” de sugestões, com itens
impossíveis como: Um carro importado, barco, viagem para Nova Iorque, e por ai
vai, lógico que era gozação dele, mas imaginem que foi que tirou ele?
Justamente um dos funcionários mais humildes, e no dia da revelação do sorteio
a expressão do funcionário ao tentar se justificar que “só pode” comprar uma
caixa de bombom para meu pai, essa lembrança marcou minha alma como se fosse
ferro quente.
Foram mais de um mês de pura diversão, bilhetes anônimos “trocados” para
todos os lados, sugestões de presentes um tanto inusitadas, Raul queira ganhar
uma lanterna cheia de frufru, mas foi premiado além da lanterna, um pacote de
sabão de coco, justamente por uma piada do grupo, pois ele caiu na asneira de
dizer que tomava banho só com sabão de coco, já viram, né? Quando ele some,
todos zoam dele dizendo que lá vai o Raul tomar banho com sabão de coco...kkkk
Eu como amante de toda a gastronomia do nosso imenso Brasil, além de mil outras
opções, disse que gostaria de ganhar algo típico da gastronomia da região do
amigo secreto, na verdade pensava em algum doce, carne de sol, camarão seco,
temperos, algo assim, mas minha amiga secreta teve uma curiosa ideia...
Uma vez pedi para o mano Afonso me mandar uns pequis (fruta típica de
Minas) para eu provar, pois meu pai adora e eu não fazia ideia do gosto. Peguei
no pé do Afonso por mais de um ano por conta dos tais pequis, sabendo disso
Clélia trouxe para mim um potão gigante com uns 5 kgs de pequi ( que estavam na
mala “perdida” do mano). Clélia fez um arroz com pequis na véspera do casamento
aqui em casa, achei o gosto um tanto peculiar, me lembrou a fruta butiá, típica
aqui do Sul, interessante o sabor, mas não seria algo que faria parte do meu
cardápio regular. Kelly foi a minha amiga secreta e lembrou da história da tal
fruta e adivinhem? Ela comprou uma bandeja de pequis e tentou me mandar pelos
correios, mas eles não deixaram, pois é algo perecível... No dia da revelação a
Kelly me contou dos pequis e perguntou se queria que ela mandasse via
transportadora ou se preferia que ela ajudasse na nossa lista de noivos na CVC,
sem cerimônia alguma eu disse que preferia o presente na CVC, mais pequis???
Nãooooooo!! O cheiro forte da fruta ainda embriagava a minha geladeira, mesmo
com o pote dos pequis fechado. Gente, que fruta mais bizarra, além de um gosto
e cheiro pitoresco, a bichinha é cheia de espinhos dentro, se tu não prestares
atenção enche a boca de espinhos.
A mana Liane mandou a tal lanterna de espião 007 para o Raul juntamente
com o pacotão de sabão de coco, mas o detalhe foi que ela mandou entregar na
casa dele, no nome dela, sim o presente no nome dela....imaginem o carteiro questionando
o Raul se tinha alguma Liane na casa dele, ele explica o ocorrido, sem delongas
o carteiro questiona de onde esta vindo a mercadoria para confirmar se o que
ele falava era verdade, Raul todo seguro de si, enche a boca para dizer: Está
vindo de FRONHA/RS. O carteiro com um olhar curioso responde, Senhor, essa
cidade não consta no mapa do Brasil. Lógicoooo, não é Fronha, é Travesseiro,
mas como a zoação não tem limites, Raul apelidou carinhosamente a cidade de “Fronha”.
Raul quase fica sem presente, mas sem a piada não fica não!
Longe de mim dizer que praga pega, imagina dizer que uma simples
brincadeira iria gerar uma gatunagem
deslavada, o mundo só irá evoluir quando soubermos brincar, aproveitar a vida.
Então o que vou contar aqui não tem nenhuma culpa do amigo Raul, ele foi uma
vítima de mais um bandido oportunista que tenta agir na onda da impunidade...
Raul pegou um táxi na rua rumo ao hospital para exames de rotina, acompanhado
por sua irmã, devido as suas dificuldades de locomoção. Como ele estava sem
seus óculos no momento de passar o cartão de crédito para pagar a corrida, sua
irmã digitou a senha, mas na pressa não viu que o meliante em vez de digitar
R$86,00 colocou um 9 na frente, gerando uma corrida astronômica de R$986,00.
Como não foi solicitado por nenhum aplicativo, meu amigo não sabia a quem
recorrer para reclamar a cobrança exorbitante.
Quando nos contou no grupo, eu pensei em dizer que se soubesse disso,
tinha dito para ele vir até Porto Alegre para meu casamento, que teria dado
mais barato, mas como o momento não cabia a minha pitada de humor negro, todos
nós tentamos pesquisar na internet uma forma de “rastrear” o taxista ladrão,
ladrão é o mínimo que podemos dizer de um sujeito que cobra ilegalmente de um
deficiente físico uma quantia dessas por uma corrida, se ele fosse uma pessoa
correta que se enganou ao digitar, teria entrado em contato para devolver o “erro”.
Depois de alguns dias nós tentando localizar o cara, eu dei uma pausa na minha
lua de mel para tentar ajudar meu amigo, até que achei um site que puxa até a
cor das cuecas de qualquer pessoa, passei o link no grupo, avisando que se
estivesse disposto era só pagar uma taxa de trinta e poucos reais para o site
para ter todos os dados para ir atrás do meliante. A nossa amiga do grupo, a
Marci, em menos de 10 minutos postou no grupo todos os dados da criatura. A
dúvida se a heroína de Raul pagou a tal taxa, irá pairar no ar, mas o ato
generoso dela, isso não tem preço! Eita grupo unido da p#rra!!
Cris, a baianinha do grupo, toda atrapalhada, escolheu uma blusa num
site de produtos esportivos para a sua amiga secreta, a Marci, comprou e mandou
entregar. O que isso tem de interessante? Nada, se não fosse pelo fato da
pateta ter colocado o endereço dela para entrega, isso mesmo, em vez do
presente ir rumo a Florianópolis com destino às mãos da Marci, ela colocou seu
endereço da Bahia... Imaginem por quantos minutos nós do grupo rimos, quando a
Cris contou que o presente da Marci tinha acabado de chegar, na casa da Cris
....Hahahahahahaahahah Baianos são o máximo! Eles não se estressam com nada, lá
foi a Cris escolher outra coisa para dar para a amiga, induzido por mim, pois
eu vi a Marci dizer que queria ganhar qualquer coisa, menos blusa...xiii Ainda
bem que o endereço estava errado, na verdade acho que a Cris gostou tanto da
blusa que acabou enviando para ela mesma(inconscientemente claro, ou não?) A
Cris teve a brilhante ideia de mandar um pedaço da própria Bahia para a Marci,
um livro de ninguém menos que Jorge Amado. Lacrou!
A nossa brincadeira acabou ai? Lógico que não, lembram-se do “assalto”
do Raul? Pois então, com a fatura astronômica da corrida “roubada”, o limite do
cartão de crédito do nosso amigo, foi estuprado sem dó. Resultado disso? Kelly,
a rainha do pequi, está ainda esperando a fatura do Raul fechar para ele poder
lhe mandar o seu presente. Ouvi um boato por ai, que a Kelly vai ganhar uma
bandeja de pequi... o.0
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