Essa semana resolvi ir lá na terra da minha dinda e mana de coração para
visita-la e acertar alguns detalhes do casamento. É uma cidade do interior
chamada de Travesseiro, apelidada carinhosamente pelo nosso grupo de amigos de:
Fronha!
Bom, primeira coisa que preciso contar é que fui sozinha de cadeira de
rodas para lá, provando para todos que lugar de cadeirante é onde ele quiser, a
barreira quem cria somos nós mesmos, pois quando se tem vontade tudo é possível
sim!
Quando entrei no taxi comentei com o taxista que ele foi um caso raro
que não perguntou se a cadeira iria junto. Ele riu e disse que estaria saindo
barata essa corrida se não precisasse da cadeira depois de sair do taxi.
Prontamente eu falei que com milagre esta saindo barata essa corrida kkkkk.
Chegando lá vi minha dinda saindo do carro e vindo ao meu encontro, detalhe
ela também tem dificuldades de locomoção, caminha com auxilio de uma bengala,
sim é a manca levando a perneta hahhahahahaha. Conto isso para mostrar para
meus leitores que não devemos deixar que nenhuma limitação física, nos impeça
de viver! Agora não nego que realmente é difícil, imaginem a briga dela com a
minha cadeira e a bengala para coloca-la no carro... Teve uma das nossas saídas
que eu não resisti a cena cômica dela tomando uma surra para colocar a cadeira
no porta malas e tirei uma foto, ai já viram ela começou a rir e ai que não
conseguia ter forças para erguer a cadeira. E eu morrendo de rir dentro do
carro e a dinda xingando até minha terceira geração... Hilário! Perco a dinda,
mas me nego a perder a piada!
Depois de voarmos as tranças em Lajeado, cidade vizinha, fomos para a
casa dela, e a noite nos aventuramos a tomar uma bebida típica mineira sugerida
pelo nosso amigo mineiro, chamada “Picumel”, traduzindo: Pinga com mel, ele nos
alertou para ir com muito cuidado, pois o “trem” é muito forte. Ele esqueceu
que somos gaúchas e gaúchas tem naturalmente o corpo fechado, depois de algumas
doses e muitas risadas mandamos foto do “néctar” com mel para nosso grupo de
amigos e o mineiro prontamente diz que somos loucas em repetir, que essa bebida
é quase uma entrada para o inferno. o.O
Sabem o sacrifício de colocar a cadeira dentro do porta-malas? Vocês
devem imaginar que fizemos isso só uma vez ao chegar e outra para eu voltar
para casa né? #SQN, essa ginastica nós fizemos diversas vezes com direito a
dezenas de risadas, afinal tudo quer der para ser divertido, conosco com
certeza será!
Em umas das noites fomos num evento da escola da pequena da dinda, vocês
não tem noção, um evento de uma escola em cidade do interior se transforma em
um super acontecimento, achei o máximo isso, porque aqui em Porto Alegre as
pessoas mal se falam, raramente conseguem marcar algo para se encontrar... Lá
todos são amigos, todos se conhecem, até o prefeito da cidade participa. Ao
pegarmos a estrada (de chão batido) para voltar para casa, fui surpreendida por
uma cena para mim inusitada, uma aranha caranguejeira enorme atravessando a
estrada, bem de boa como se estivesse no meio da floresta amazônica, e a minha
dinda ziguezagueando na estrada para atropelar o aracnídeo vindo direto da
terra de ITU (só pode pelo tamanho dela), tornou a cena ainda mais engraçada.
Passando alguns quilômetros outro ser me surpreende parado bem no meio da
estrada, com seus olhos negros e brilhantes me olhando, era uma coruja.
Como comentei com vocês dezenas de vezes já, eu acredito que todas as
pessoas devem viver intensamente, e nós portadores de alguma doença crônica
temos a obrigação de pensar fora da caixa e viver como se não houvesse amanhã.
Então no outro dia fomos até a cidade Arroio do Meio para passear, escolher o
sapatinho da minha aia e ao passar na frente de um tatuador da cidade
resolvemos fazer uma tatuagem de amigas/irmãs, já tínhamos escolhido há mais
tempo o desenho que seria feito entre três amigas, mas a ideia de fazer naquele
momento sem pensar muito, deixou o momento mais divertido e empolgante. A dinda
fez um dramalhão mexicano com a tattoo dela, disse que estava se esvaindo em
sangue, que estava ficando fraca e com frio, e eu aqui com a adrenalina a mil
por hora, suando que nem uma égua no cio... Liguei o ar condicionado do carro
no frio, passando alguns minutos o calor aumentou, parecia que estava no
deserto de Atacama, quando olho para o lado e percebo que a peste fiasquenta da
dinda tinha posto o ar no quente potencia inferno! Olho para ela e pergunto se
ela está louca, ela me responde que perdeu muito sangue e que esta fraquinha.
Senhorrrrrr, foi uma tatuagem de 6 centímetros! E eu me abanando... Só rindo
mesmo.
Aproveitamos o impulso da tatuagem e mandamos no grupo dos nossos amigos
uma foto de uma tatuagem de um galo gigante nas costas, eu disse para eles que
estava no tatuador com a dinda para ela fazer aquela tattoo e perguntei se eles
gostaram. A pegadinha durou até a noitinha, até lá ela e eu rimos muito deles,
porque parecia que tinham realmente acreditado que seriamos loucas o suficiente
para tatuar um galo gigante nas costas, aleguei que o galo era o símbolo da
cidade, risos...
Sabem quando as pessoas dizem que às vezes tudo o que precisamos para
recarregar as baterias é passar alguns momentos com um amigo? Afirmo para vocês
que é a mais pura verdade. Me arrumei, para voltar para a loucura da capital,
pensando que já tinha visto tudo de pitoresco que uma cidade do interior
poderia me oferecer...Quando estava eu sentada na poltrona do ônibus admirando
a estrada que me levaria do interior até a capital, até que sinto uma freada
inesperada do motorista, arqueio meus olhos para tentar avistar o motivo do
movimento brusco, tinha visão total da frente da estrada e isso deixou ainda
mais bizarra a cena, avistei um banco, sim um banco de dois lugares
literalmente atravessando a estrada correndo...rapidamente abri a câmera do
celular para registrar, porque certamente ninguém iria acreditar se eu contasse
que vi um banco atravessando a estrada... o.O
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