terça-feira, 22 de maio de 2018

Síndrome da Bela Adormecida


Sei que estou devendo um monte de histórias para vocês, mas está tudo tão louco que às vezes não consigo nem organizar minha mente, quem dirá meu blog. Então a história que vou contar na sequência, está com “um pequeno delay” de dois meses e pouco, mas isso não é quase nada para quase uma década de peregrinação atrás de respostas para minhas sequelas físicas (ou será mentais? Kkkk).

Mais ou menos dois meses atrás, num final de tarde ensolarada num domingo, me senti estranha e resolvi deitar e ler um livro, essa é minha última lembrança, tudo que vou contar a seguir foi me contado pela minha família. Tenso, né? Na verdade foi mesmo, mas agora já estou dando risada, como vocês bem sabem que é meu costume. 

Então, adormeci e não acordei mais, simples assim, virei a bela adormecida, que não acordava nem com os beijos do seu príncipe, digo marido. Caso se perguntem, não tomei nada, nenhum remédio, nem os meus de uso continuo para dormir. Meu marido passou a noite me cuidando, disse que eu passei a noite mal, que eu falei algumas vezes que não estava bem, inclusive fui carregada por ele até o banheiro algumas vezes, juro que não me lembro de nada, mas os roxos no meu braço em formato de mãos, não dizem o mesmo o.0

O dia amanheceu, e tudo estava estranho, o marido não foi trabalhar, pois passou a madrugada me cuidando, e minha filha não tinha aula nesse dia, então já era quase 11h e todos estavam em casa, quando meu marido resolve chamar a Gigi( minha filha), pois eu simplesmente não acordava.

Ao entrar no quarto e me ver na cama até aquela hora e ver que eu não reagia a nada, instantaneamente ela viu que algo estava errado, e chamou as minhas fisios, que são minhas amigas também, na sequencia já acionou a empresa de HomeCare que já disparou uma ambulância até nossa casa, a agilidade dessa menina me impressiona. As fisios chegaram antes da ambulância e constataram que eu não reagia a nenhum estimulo, nem de dor, pupilas não reagiam, batimentos cardíacos e respiração fora do padrão, para elas já não havia duvida: Eu estava em COMA! 

Como disse para vocês não me lembro de nada disso, se passaram dois dias e eu ainda em coma, quando “acordei”, super desorientada e desesperada, pois não sabia onde estava, o que tinha acontecido e para completar eu não enxergava nada, não conseguia falar, não sentia do pescoço para baixo, imagina  o meu desespero? Só conseguia ouvir, nossa chorei desesperadamente e minha fiel escudeira, a Gigi, ao meu lado tentando me acalmar. Novamente “adormeci”, não sei quantas horas se passaram, hoje minha memória sobre esse dia é ainda falha, quando tornei a acordar me desesperei novamente, perguntando se eu tinha sofrido um acidente de moto e onde eu estava. Detalhe não dirijo moto...kkk ( e finalmente eu voltei a falar).

Passado esses dois dias fiquei algumas horas oscilando entre momentos de desorientação total, ao ponto de não lembrar da minha filha, sim não lembrava que tinha tido uma filha, misturei toda a minha linha do tempo, perguntei até por pessoas que tinham morrido a mais de 15 anos..kkk

Resultado desse episódio da “princesa as avessas”, minha antiga neurologista simplesmente “cagou” para o que aconteceu, nem foi me ver, e disse que se eu acordei podia me liberar. Não preciso contar que troquei de neurologista, né? Afinal o que eu mais tinha eram perguntas que não foram respondidas e não foi uma simples “dor de barriga”, foi um COMA. Parte positiva: depois de alguns dias todos os sintomas desapareceram, apesar da minha guria dizer que ainda estou meio desmemoriada e com a fala diferente, acho que é pura intriga, afinal só me lembro do que fiz a cinco minutos atrás, nada mais hahahhahahahahahaha.


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