Sei que estou devendo um monte de histórias para vocês, mas está tudo
tão louco que às vezes não consigo nem organizar minha mente, quem dirá meu
blog. Então a história que vou contar na sequência, está com “um pequeno delay”
de dois meses e pouco, mas isso não é quase nada para quase uma década de
peregrinação atrás de respostas para minhas sequelas físicas (ou será mentais?
Kkkk).
Mais ou menos dois meses atrás, num final de tarde ensolarada num domingo,
me senti estranha e resolvi deitar e ler um livro, essa é minha última
lembrança, tudo que vou contar a seguir foi me contado pela minha família.
Tenso, né? Na verdade foi mesmo, mas agora já estou dando risada, como vocês
bem sabem que é meu costume.
Então, adormeci e não acordei mais, simples assim, virei a bela
adormecida, que não acordava nem com os beijos do seu príncipe, digo marido. Caso
se perguntem, não tomei nada, nenhum remédio, nem os meus de uso continuo para
dormir. Meu marido passou a noite me cuidando, disse que eu passei a noite mal,
que eu falei algumas vezes que não estava bem, inclusive fui carregada por ele
até o banheiro algumas vezes, juro que não me lembro de nada, mas os roxos no
meu braço em formato de mãos, não dizem o mesmo o.0
O dia amanheceu, e tudo estava estranho, o marido não foi trabalhar,
pois passou a madrugada me cuidando, e minha filha não tinha aula nesse dia,
então já era quase 11h e todos estavam em casa, quando meu marido resolve
chamar a Gigi( minha filha), pois eu simplesmente não acordava.
Ao entrar no quarto e me ver na cama até aquela hora e ver que eu não
reagia a nada, instantaneamente ela viu que algo estava errado, e chamou as
minhas fisios, que são minhas amigas também, na sequencia já acionou a empresa
de HomeCare que já disparou uma ambulância até nossa casa, a agilidade dessa
menina me impressiona. As fisios chegaram antes da ambulância e constataram que
eu não reagia a nenhum estimulo, nem de dor, pupilas não reagiam, batimentos
cardíacos e respiração fora do padrão, para elas já não havia duvida: Eu estava
em COMA!
Como disse para vocês não me lembro de nada disso, se passaram dois dias
e eu ainda em coma, quando “acordei”, super desorientada e desesperada, pois
não sabia onde estava, o que tinha acontecido e para completar eu não enxergava
nada, não conseguia falar, não sentia do pescoço para baixo, imagina o meu desespero? Só conseguia ouvir, nossa
chorei desesperadamente e minha fiel escudeira, a Gigi, ao meu lado tentando me
acalmar. Novamente “adormeci”, não sei quantas horas se passaram, hoje minha
memória sobre esse dia é ainda falha, quando tornei a acordar me desesperei novamente,
perguntando se eu tinha sofrido um acidente de moto e onde eu estava. Detalhe
não dirijo moto...kkk ( e finalmente eu voltei a falar).
Passado esses dois dias fiquei algumas horas oscilando entre momentos de
desorientação total, ao ponto de não lembrar da minha filha, sim não lembrava
que tinha tido uma filha, misturei toda a minha linha do tempo, perguntei até
por pessoas que tinham morrido a mais de 15 anos..kkk
Resultado desse episódio da “princesa as avessas”, minha antiga
neurologista simplesmente “cagou” para o que aconteceu, nem foi me ver, e disse
que se eu acordei podia me liberar. Não preciso contar que troquei de
neurologista, né? Afinal o que eu mais tinha eram perguntas que não foram
respondidas e não foi uma simples “dor de barriga”, foi um COMA. Parte
positiva: depois de alguns dias todos os sintomas desapareceram, apesar da
minha guria dizer que ainda estou meio desmemoriada e com a fala diferente,
acho que é pura intriga, afinal só me lembro do que fiz a cinco minutos atrás,
nada mais hahahhahahahahahaha.
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