Semana passada pedi para minha filha me levar no centro da cidade, pois
teria que encaminhar uma solicitação de baixa hospitalar para refazer todos
meus exames, afinal troquei de neurologista e o “bonito” resolveu que não
queria olhar o que os outros fizeram e quer começar do zero.
Já que não tenho muita escolha, são quase 10 anos sem saber ao certo que
o que eu tenho...diagnóstico deveria ser uma ciência exata, mas no meu caso
parece uma caixa de Pandora, mas isso conto em outro post. Minha filha colocou
um vestido e disse que estava pronta para me levar. Antes de sair minha bexiga
foi fazer uma ultima visita ao banheiro, normal, né?
Não me lembro se já contei que minha casa é lomba acima, então para
conseguir sair para pegar o ônibus não existe como ir sozinha de cadeira, tem
que ter alguém que me ajude, meus braços mesmo sendo fortes não são de aço
kkkk. Quando chegamos na esquina, minha guria disse mãe freia um pouco a
cadeira, eu perguntei porque? Mãe tenho que arrumar minha calcinha, está caindo.
Como assim filha??? o.O Ah, mãe estou de vestido e essa calcinha esta frouxa e
está escorrendo perna abaixo. Ela sem cerimonia alguma levanta o vestido, enfia
a mão e puxa como se estivesse em casa.... Rimos muito.
Quando estávamos quase chegando lá embaixo (coisa de menos de 15 minutos
de “caminhada”), eu já estava me contorcendo e procurando algum indicio de
banheiro...é... bexiga nervosa é fogo! Minha guria me perguntou se eu queria fazer
alguma coisa antes de pegar um ônibus. SIMMMM, preciso fazer xixi. Mas mãe, tu
fez antes de sair de casa. Pois então, já estou me mijando kkkk. Avistei um
banco, vamos ali, deve ter um banheiro adaptado. Ao chegar na porta me lembrei que cadeirante não pode chegar e
entrar, tem que chamar o segurança que vai procurar a chave da porta do banco
para só depois abrir parar mim, sem chance de eu conseguir esperar, o segurança
deve estar até agora me procurando para abrir a porta. Desculpa seu “guarda”!
Olhei para o lado e me lembrei que tinha uma loja EMPO na outra esquina,
que deveria ter algum banheiro. Entrei a bala na loja, quase derrubando metade
das roupas da loja. Avistei um banheiro no fim da loja, mas para meu desespero,
a cadeira não passava pela porta. Outro segurança muito gentil me viu e me ofereceu o banheiro
dos funcionários, que é no segundo andar, sem escolha peguei a chave do tal
banheiro e fui até o elevador. Chegando na porta vi que estava aberto, UFA, a
cadeira passou, tinha duas moças da loja que também foram muito prestativas, se
maquiando em frente do espelho, com algumas manobras consegui entrar, mas ao
olhar a porta que dava para a privada, me desesperei, a cadeira não passava,
com um olhar matemático, calculei o risco e decidi arriscar, estiquei ao máximo
meu braço e consegui alcançar a borda do vaso, e lá vou eu, me lancei banheiro
a dentro. Senti aquela sensação de alivio, CONSEGUI!!
Enquanto me deliciava com o xixi saindo de dentro de mim, escutei as
moças conversando com minha filha, que é um absurdo os lugares não terem
banheiro adaptados, e eu só conseguia pensar “graças a Deus meus braços são
fortes”! Realmente o pessoal da loja está de parabéns porque mesmo eu não
comprando nada da loja, entrando somente para fazer xixi, eles foram muito prestativos. Antes de eu ser cadeirante tinha vergonha de
pedir para ir ao banheiro, achava que as pessoas iam comentar, hoje em dia
quando chego em algum lugar a primeira coisa que olho e pergunto é: Onde tem
banheiro? É a gente muda kkkk
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