quinta-feira, 12 de abril de 2018

Junta a calcinha!

Semana passada pedi para minha filha me levar no centro da cidade, pois teria que encaminhar uma solicitação de baixa hospitalar para refazer todos meus exames, afinal troquei de neurologista e o “bonito” resolveu que não queria olhar o que os outros fizeram e quer começar do zero.

Já que não tenho muita escolha, são quase 10 anos sem saber ao certo que o que eu tenho...diagnóstico deveria ser uma ciência exata, mas no meu caso parece uma caixa de Pandora, mas isso conto em outro post. Minha filha colocou um vestido e disse que estava pronta para me levar. Antes de sair minha bexiga foi fazer uma ultima visita ao banheiro, normal, né?

Não me lembro se já contei que minha casa é lomba acima, então para conseguir sair para pegar o ônibus não existe como ir sozinha de cadeira, tem que ter alguém que me ajude, meus braços mesmo sendo fortes não são de aço kkkk. Quando chegamos na esquina, minha guria disse mãe freia um pouco a cadeira, eu perguntei porque? Mãe tenho que arrumar minha calcinha, está caindo. Como assim filha??? o.O Ah, mãe estou de vestido e essa calcinha esta frouxa e está escorrendo perna abaixo. Ela sem cerimonia alguma levanta o vestido, enfia a mão e puxa como se estivesse em casa.... Rimos muito.

Quando estávamos quase chegando lá embaixo (coisa de menos de 15 minutos de “caminhada”), eu já estava me contorcendo e procurando algum indicio de banheiro...é... bexiga nervosa é fogo! Minha guria me perguntou se eu queria fazer alguma coisa antes de pegar um ônibus. SIMMMM, preciso fazer xixi. Mas mãe, tu fez antes de sair de casa. Pois então, já estou me mijando kkkk. Avistei um banco, vamos ali, deve ter um banheiro adaptado. Ao chegar na porta  me lembrei que cadeirante não pode chegar e entrar, tem que chamar o segurança que vai procurar a chave da porta do banco para só depois abrir parar mim, sem chance de eu conseguir esperar, o segurança deve estar até agora me procurando para abrir a porta. Desculpa seu “guarda”!

Olhei para o lado e me lembrei que tinha uma loja EMPO na outra esquina, que deveria ter algum banheiro. Entrei a bala na loja, quase derrubando metade das roupas da loja. Avistei um banheiro no fim da loja, mas para meu desespero, a cadeira não passava pela porta. Outro segurança  muito gentil me viu e me ofereceu o banheiro dos funcionários, que é no segundo andar, sem escolha peguei a chave do tal banheiro e fui até o elevador. Chegando na porta vi que estava aberto, UFA, a cadeira passou, tinha duas moças da loja que também foram muito prestativas, se maquiando em frente do espelho, com algumas manobras consegui entrar, mas ao olhar a porta que dava para a privada, me desesperei, a cadeira não passava, com um olhar matemático, calculei o risco e decidi arriscar, estiquei ao máximo meu braço e consegui alcançar a borda do vaso, e lá vou eu, me lancei banheiro a dentro. Senti aquela sensação de alivio, CONSEGUI!!

Enquanto me deliciava com o xixi saindo de dentro de mim, escutei as moças conversando com minha filha, que é um absurdo os lugares não terem banheiro adaptados, e eu só conseguia pensar “graças a Deus meus braços são fortes”! Realmente o pessoal da loja está de parabéns porque mesmo eu não comprando nada da loja, entrando somente para fazer xixi,  eles foram muito prestativos.  Antes de eu ser cadeirante tinha vergonha de pedir para ir ao banheiro, achava que as pessoas iam comentar, hoje em dia quando chego em algum lugar a primeira coisa que olho e pergunto é: Onde tem banheiro? É a gente muda kkkk

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