segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Ônibus adaptado, ilusão ou ficção?




Minhas experiências com o transporte para cadeirantes não é de hoje, e realmente é impressionante, muitas vezes cômico, mas dessa vez foi quase trágico. Meu esposo e eu resolvemos espichar o feriado na casa da praia dos meus sogros em Capão Novo, até ai tudo ótimo, né?

Bom, eu fiz a minha carteirinha de isenção para passagens intermunicipais, que já era meu direito, mas a preguiça de ir até o centro levar a papelada não deixava..kkkk Fui até a rodoviária comprar as passagens, para minha surpresa só temos direito a leito “comum”, ou seja o maior pinga-pinga que existe, pois é começa ai o transtorno, porque cadeirantes sentam na frente, mas o banheiro é lá no fundo do ônibus, e a nossa cadeira de rodas?? Pois é, essa fica lá embaixo fechada com as malas... Só eu que acho contraditório? Se o cadeirante tem mais urgência de ir ao banheiro, se o cadeirante tem dificuldade de locomoção, porque me parece ser mais difícil para nós? Sem falar que se vamos no de leito comum( que em vez de levar 1h e meia, leva quase 4 horas), em vez de termos “prioridade”, ficamos na escória dos passageiros.

Estou falando além de prioridade, que nesse caso me parece que não existem, e em ônibus adaptado, afinal todos são né? Todos tem o adesivo de cadeirante bem grande colado no vidro do veículo. É, o adesivo tem sim, mas alguém já parou para olhar que são escadas e não elevador que tem para o cadeirante entrar? Alguém já reparou na largura das portas que o cadeirante precisa passar para entrar? Até um obeso tem dificuldade em passar por aquelas portas.


Pois então, ai começa a comédia ou tragédia... Sempre meu esposo me pega no colo para fazer essa procissão para entrar no ônibus, e normalmente acabo chegando ate a minha poltrona com um ou dois hematomas no quadril, porque não tem como passar pelas portas sem dar uma batida ou outra. Nessa vez não consegui pegar as poltronas “reservadas” para mim na frente, peguei na terceira fileira e para completar estava ocupada com uma mãe e uma criança que não queria sair, alegando que estava vazia o.O Sendo que comprei o assento com numeração. Lá foi o motorista implorar para ela sair, detalhe as pessoas que estavam nas poltronas “reservadas” não tiveram o BOM SENSO de me ceder o lugar. Ok... Sei que os idosos também têm direito de sentar naqueles lugares, mas eles poderiam sentar na poltrona de trás, pois a mobilidade deles é melhor, né? Afinal caminham... 

Já que não houve uma generosidade, lá fomos nós nos aventurar no colo num corredor estreito e com o ônibus já lotado. No ultimo degrau para subir meu esposo se desequilibrou e quase caímos... Eu acabei apertando o braço de uma idosa que estava sentada nas poltronas “reservadas”, ao me apoiar para não cair por completo. Ela ficou bem braba e começou a gritar que tínhamos quebrado o braço dela o.O Gente, realmente acredito que deve ter doido, mas pelo jeito que foi o impacto, mesmo com muita osteoporose seria quase impossível ter quebrado. Achei engraçado que ela só se preocupou em fazer escândalo, em nenhum momento se preocupou em nos perguntar se havíamos nos machucado. 

Várias pessoas se indignaram e questionaram o porquê não cederam o lugar para nós, afinal teria evitado tudo isso. Ao ver a cena, os passageiros também visualizaram o absurdo da largura das portas e da falta de elevador ou rampa de acesso.  Ai jogo no ar a seguinte pergunta: “De quem é a culpa?? Nossa por termos caído em cima da vovó, dela por não ter tido o bom senso de dar a prioridade para nós, ou da empresa de ônibus que não fornece um ônibus realmente com acessibilidade??




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