Minhas
experiências com o transporte para cadeirantes não é de hoje, e realmente é
impressionante, muitas vezes cômico, mas dessa vez foi quase trágico. Meu
esposo e eu resolvemos espichar o feriado na casa da praia dos meus sogros em
Capão Novo, até ai tudo ótimo, né?
Bom, eu fiz a
minha carteirinha de isenção para passagens intermunicipais, que já era meu
direito, mas a preguiça de ir até o centro levar a papelada não deixava..kkkk
Fui até a rodoviária comprar as passagens, para minha surpresa só temos direito
a leito “comum”, ou seja o maior pinga-pinga que existe, pois é começa ai o
transtorno, porque cadeirantes sentam na frente, mas o banheiro é lá no fundo
do ônibus, e a nossa cadeira de rodas?? Pois é, essa fica lá embaixo fechada
com as malas... Só eu que acho contraditório? Se o cadeirante tem mais urgência
de ir ao banheiro, se o cadeirante tem dificuldade de locomoção, porque me
parece ser mais difícil para nós? Sem falar que se vamos no de leito comum( que
em vez de levar 1h e meia, leva quase 4 horas), em vez de termos “prioridade”,
ficamos na escória dos passageiros.
Estou falando
além de prioridade, que nesse caso me parece que não existem, e em ônibus
adaptado, afinal todos são né? Todos tem o adesivo de cadeirante bem grande
colado no vidro do veículo. É, o adesivo tem sim, mas alguém já parou para
olhar que são escadas e não elevador que tem para o cadeirante entrar? Alguém
já reparou na largura das portas que o cadeirante precisa passar para entrar?
Até um obeso tem dificuldade em passar por aquelas portas.
Pois então,
ai começa a comédia ou tragédia... Sempre meu esposo me pega no colo para fazer
essa procissão para entrar no ônibus, e normalmente acabo chegando ate a minha
poltrona com um ou dois hematomas no quadril, porque não tem como passar pelas
portas sem dar uma batida ou outra. Nessa vez não consegui pegar as poltronas “reservadas” para mim na frente, peguei
na terceira fileira e para completar estava ocupada com uma mãe e uma criança
que não queria sair, alegando que estava vazia o.O Sendo que comprei o assento
com numeração. Lá foi o motorista implorar para ela sair, detalhe as pessoas
que estavam nas poltronas “reservadas” não tiveram o BOM SENSO de me ceder o
lugar. Ok... Sei que os idosos também têm direito de sentar naqueles lugares,
mas eles poderiam sentar na poltrona de trás, pois a mobilidade deles é melhor,
né? Afinal caminham...
Já que não
houve uma generosidade, lá fomos nós nos aventurar no colo num corredor
estreito e com o ônibus já lotado. No ultimo degrau para subir meu esposo se
desequilibrou e quase caímos... Eu acabei apertando o braço de uma idosa que
estava sentada nas poltronas “reservadas”,
ao me apoiar para não cair por completo. Ela ficou bem braba e começou a gritar
que tínhamos quebrado o braço dela o.O Gente, realmente acredito que deve ter
doido, mas pelo jeito que foi o impacto, mesmo com muita osteoporose seria
quase impossível ter quebrado. Achei engraçado que ela só se preocupou em fazer
escândalo, em nenhum momento se preocupou em nos perguntar se havíamos nos
machucado.
Várias
pessoas se indignaram e questionaram o porquê não cederam o lugar para nós,
afinal teria evitado tudo isso. Ao ver a cena, os passageiros também
visualizaram o absurdo da largura das portas e da falta de elevador ou rampa de
acesso. Ai jogo no ar a seguinte
pergunta: “De quem é a culpa?? Nossa por termos caído em cima da vovó, dela por
não ter tido o bom senso de dar a
prioridade para nós, ou da empresa de ônibus que não fornece um ônibus realmente
com acessibilidade??
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