segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Quem tem pena é galinha!



Minha peregrinação com a esclerose múltipla já existe á uns 6 ou 7 anos, mas ainda me surpreendo com a reação das pessoas. Já passei por várias fases, no inicio a duvida do que eu tinha, realizei infinitos exames e tive dezenas de hospitalizações. Na verdade acho que exames e hospitalizações nunca terão fim, pois a doença exige acompanhamentos e às vezes algumas intervenções para evitar pioras.

Realmente mesmo nos dias de hoje o diagnóstico é bem complicado e cheio de dúvidas, é uma doença cheia de mistérios e particularidades. Por mais experiente que seja o médico, sempre tem uma grande “peleia” para seguir. Após toda essa “romaria” e o fatídico diagnóstico, tive um pequeno momento de “luto”, luto esse com aqueles pensamentos considerados comuns de “porque comigo” e “eu sou tão nova”. Não me lembro exatamente quanto tempo foi, mas acredito que menos de um mês, logo já mudei para outra “fase”.

Na sequência tive a “fase” da revolta, não aceitava estar com essa doença de m#rda e ter meu corpo me boicotando com o passar do tempo. Pensava com raiva que não sabia até quando poderia fazer coisas simples como dançar, dirigir, trabalhar, namorar e um dia até controlar minhas necessidades.  Esse misto de emoções tomou meu corpo por algumas vezes em períodos variados, e não vou negar que às vezes por alguns momentos ainda me perturbam...principalmente nos dias de hoje quando olho para o meu carro (que comprei zero com o meu próprio suor) e não posso mais dirigir. 

Agora, já à alguns anos vivo na maioria do tempo a fase da aceitação, GENTE, pelo amor de Deus, isso não significa que “aceito” a doença, que “gosto” dela, como alguns familiares meus gostam de dizer...Significa que como não posso mudar (pelo menos não ainda) a doença, que resolvi encarar a vida da melhor forma possível e de preferência com o melhor humor possível. Que por sinal, meus médicos sempre dizem que se não fosse meu bom humor, eu estaria f#dida.

O que não consigo me acostumar é com a reação das pessoas em relação a pessoas como eu, jovens, cadeirantes, com uma doença incurável e algumas bonitas (não que seja o meu caso... rsrsrsrsrsrsrssrs). A grande maioria das pessoas olha para nós como se fossemos coitadinhos, olham com pena, como se uma pessoa jovem não pudesse adoecer. P#rra!! Quem tem pena é galinha! Só queremos respeito e se quiser oferecer algo a mais, ofereça admiração! Porque para sair na rua, na nossa situação tem que ser muito corajoso! Pena, pena não amigo! #obrigadapelaconsideração!



Um comentário:

Henry disse...

Bacana dividir sua história conosco. Nao sei como reageria nessa situação, mas um coisa tenho certeza que tu és... corajosa, derterminda e sempre em busca de algo novo, se reinventando para no cair no comodismo.
Tens minha admiração.
Grande abraços atentados de ser!
Fabio C.