Minha
peregrinação com a esclerose múltipla já existe á uns 6 ou 7 anos, mas ainda me
surpreendo com a reação das pessoas. Já passei por várias fases, no inicio a
duvida do que eu tinha, realizei infinitos exames e tive dezenas de
hospitalizações. Na verdade acho que exames e hospitalizações nunca terão fim,
pois a doença exige acompanhamentos e às vezes algumas intervenções para evitar
pioras.
Realmente
mesmo nos dias de hoje o diagnóstico é bem complicado e cheio de dúvidas, é uma
doença cheia de mistérios e particularidades. Por mais experiente que seja o
médico, sempre tem uma grande “peleia” para seguir. Após toda essa “romaria” e
o fatídico diagnóstico, tive um pequeno momento de “luto”, luto esse com
aqueles pensamentos considerados comuns de “porque comigo” e “eu sou tão nova”.
Não me lembro exatamente quanto tempo foi, mas acredito que menos de um mês,
logo já mudei para outra “fase”.
Na sequência
tive a “fase” da revolta, não aceitava estar com essa doença de m#rda e ter meu
corpo me boicotando com o passar do tempo. Pensava com raiva que não sabia até
quando poderia fazer coisas simples como dançar, dirigir, trabalhar, namorar e
um dia até controlar minhas necessidades.
Esse misto de emoções tomou meu corpo por algumas vezes em períodos
variados, e não vou negar que às vezes por alguns momentos ainda me
perturbam...principalmente nos dias de hoje quando olho para o meu carro (que
comprei zero com o meu próprio suor) e não posso mais dirigir.
Agora, já à
alguns anos vivo na maioria do tempo a fase da aceitação, GENTE, pelo amor de
Deus, isso não significa que “aceito” a doença, que “gosto” dela, como alguns
familiares meus gostam de dizer...Significa que como não posso mudar (pelo
menos não ainda) a doença, que resolvi encarar a vida da melhor forma possível
e de preferência com o melhor humor possível. Que por sinal, meus médicos
sempre dizem que se não fosse meu bom humor, eu estaria f#dida.
O que não
consigo me acostumar é com a reação das pessoas em relação a pessoas como eu,
jovens, cadeirantes, com uma doença incurável e algumas bonitas (não que seja o
meu caso... rsrsrsrsrsrsrssrs). A grande maioria das pessoas olha para nós como
se fossemos coitadinhos, olham com pena, como se uma pessoa jovem não pudesse
adoecer. P#rra!! Quem tem pena é galinha! Só queremos respeito e se quiser
oferecer algo a mais, ofereça admiração! Porque para sair na rua, na nossa
situação tem que ser muito corajoso! Pena, pena não amigo!
#obrigadapelaconsideração!
Um comentário:
Bacana dividir sua história conosco. Nao sei como reageria nessa situação, mas um coisa tenho certeza que tu és... corajosa, derterminda e sempre em busca de algo novo, se reinventando para no cair no comodismo.
Tens minha admiração.
Grande abraços atentados de ser!
Fabio C.
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