Alguns meses atrás eu estava batendo corrida na cadeira de
rodas dentro do supermercado, como de costume... Até que fui abordada por um
senhor também deficiente físico. Fui
convidada por ele para fazer vela adaptada lá no Iate Clube Guaíba, esporte
paraolímpico no qual o treinador é o mesmo da seleção brasileira de vela
adaptada.
Fiquei pensando e algum tempo se passou... Resolvi fazer o
cadastro no site do clube e pedir contato para participar do esporte. Algumas
semanas se passaram e entraram em contato comigo via Whatsapp, perguntando
sobre o meu interesse. Bah... Vibrei de
alegria, mas tinha um, porém...não teria como ir até lá. Ele me passou o nome
de um colega velejador que passa perto da minha casa antes de ir ao clube. Bom,
esporte paraolímpico, sem custo e consegui carona, não podia ser melhor, né?
Ansiedade a mil! Já pronta esperando a carona, minha filha
me pergunta: Mãe, como vocês vão fazer se são dois cadeirantes? Como ele vai
colocar a tua cadeira no carro? o.O Uma mistura de ansiedade e angustia brotou
no meu peito, realmente não sei como seria essa aventura..mas vamos lá... 100%
de adrenalina já na porta de casa, pois não consegui mais esperar dentro de
casa, e detalhe: eu estava sozinha em casa, precisei fechar a casa toda, descer
a rampa da entrada de casa, virar de costas e manobrar ao contrário, me agarrar
na barra, frear a cadeira e rezar para conseguir na lomba chavear a porta de
casa. Sem falar no sofrimento de abrir o portão de correr e depois fechá-lo,
tudo na cadeira, lógicooo!! Ok, tarefas concluídas com um grau alto de
dificuldade.
Finalmente meu futuro colega chegou, manobrei a cadeira até
a porta do carro dele e olhei para ele, tchê e agora como botamos a minha
cadeira para dentro do seu carro?? Ah,
pois é... tu estás sozinha? Então temos que esperar uma alma bondosa chegar
perto para nos ajudar. Logo se aproximou um rapaz, meu colega gritou: Amigo,
pode nos ajudar a colocar a cadeira da minha amiga para dentro do carro, porque
nós dois somos cadeirantes. Senti um olhar cabreiro do garoto, porque será, né?
Hahahahahahhaah
Não vou negar que a experiência foi realmente muito
empolgante, mas a meu olhar incrédulo para
meu colega, a cara de “não acredito nisso” do rapaz que nos ajudou, realmente
não tem preço. Duas cadeiras de rodas no porta-malas foi no mínimo,
hilário... #duascadeirasrodas!
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