quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Alguns anos se passaram

E cada dia de bengala me fazia pensar no quão curiosas as pessoas são. Cada dia mais me surpreendo com o que as pessoas pensam e falam!

No ônibus, como não conseguia passar a roleta, sentava ao lado da “terceira idade” e ouvia “minha filha, tu torceu o pé?”, “Tadinha, sofreu acidente de moto, né?”, “Ai, minha filha, tão nova com problema de joelho, também sofro com isso” e tantas outras perguntas as vezes trágicas, as vezes cômicas. Na maioria das vezes eu ia o trajeto todo ouvindo as história dos vovôs e vovós que sofrem de dores aqui e lá. Mas a maioria eram fofos e apenas alguns  de mal com a vida.


Cansada de explicar o que é esclerose múltipla, eu acabava confirmando o “diagnóstico” dos vovôs, e ainda me divertia contando historias mirabolantes sobre o inventado acidente kkkk.

Nem tudo era divertido, muito sofri discriminação em filas, porque as pessoas acham que preferencial não pode ser uma mulher jovem e com “aparência” saudável . Certa  vez estava eu no Zaffari comprando algumas coisas e vi um caixa preferencial vazio e me dirigi a ele, só para ilustrar, todos os caixas estavam vazios, quando eu largo o que eu estava comprando na esteira, vem e me empurra para minha surpresa uma senhora dizendo que ali era caixa preferencial e que eu não podia estar ali. Olhei bem para ela e respondi: “A sra. Não sabe olhar a placa? Na placa tem o desenho de idosos, grávidas, mulher com criança de colo e DEFICIENTES FÍSICOS, logo tenho o mesmo direito que a sra. Mas como a sra sua mãe não lhe ensinou que furar a fila é errado, vou deixar a sra. passar na minha frente.” Não sei porque que ela não me respondeu kkkkkkk?!


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